O DUENDE AMIGO

Nos jornais leio sobre a crise mundial, parece que o mundo está um caos. Os grandes países com suas fortes economias estão desabando. O que está havendo? E a era de aquários, por que não chega? Já é tempo. Mas, o mundo parece ruir e com ele as pessoas. Este tema sombrio me fez lembrar do duende Paco, habitante de um dos universos paralelos e veio a este mundo por meio de uma miniatura que comprei numa loja na cidade de São Paulo. Esta miniatura me acompanhou por muito tempo, e, vale salientar que eu não me lembro de tê-la levado comigo, entretanto, ela estava sempre lá, num cantinho da mala, ou enfeitando os ambientes de onde passei mais tempo. Por sinal, ele está exposto na minha sala ao lado de uma miniatura de um elefante branco e de um gato chinês, que também se incorporam à minha casa. Posso agora contar como se deu este encontro. Fiz uma visita a uma amiga de uma antiga namorada e o dia era de verão, muito quente. Na entrada da casa havia um muro alto com uma era cobrindo toda a parede, fato que conferia aquela fachada um ar de estranheza. O portão era de madeira e tinha uns três metros de altura. Entramos na residência e fomos convidados a sentar  nas cadeiras no jardim. Depois de acomodados, passei a observar o lugar. O espaço do jardim não correspondia à largura da casa, dando uma sensação de um enorme lugar. Havia um gramado muito verde, e estátuas espalhadas, com dimensões que variavam entre uma miniatura a tamanhos reais. Estátuas de um sapo e de um leão me chamaram a atenção. Pude perceber por trás de um arbusto uma estátua de duende, pedi licença a Kate, a dona da casa, e fui explorar o local. O primeiro lugar vistoriado foi a estátua do duende, o qual reconheci como a minha miniatura que carinhosamente chamava de Paco. Passei a mão na sua cabeça e perguntei se ele morava ali. Para minha surpresa a estátua tomou vida e disse: como vai velho amigo. Depois me pegou pelo braço e me levou a um passeio. Entramos num corredor no interior da casa e chegamos até uma porta. Ao abrir a porta entramos numa cidade de duendes. Todos os seres que observei tinham as mesmas características, tinham cerca de meio metro de altura, orelhas pontiagudas e olhos grandes.  Os cabelos variavam num tom de marrom claro a vermelho. Os duendes usavam uma roupa estilo macacão e as duendes usavam vestidos. Perguntei a Paco onde estava e ele me respondeu que aquela era uma dimensão paralela habitada por seres mais evoluídos em relação à humanidade chamados duendes. Questionei onde estava a evolução, pois, não havia a vista nada de tecnológico como carros, máquinas, etc. Paco me disse que o nível de evolução é tal que não há necessidade destes artefatos para a satisfação das necessidades de vida de todo aquele povo, não havendo desigualdades, opressão, exploração, violência e tudo mais que ainda vivenciamos. Depois da explicação tirou um cristal do bolso e o colocou na minha mão. A partir daí fizemos uma viagem por toda a nação de duendes e pude ver coisas maravilhosas como bosques intactos, jardins, castelos, pontes, palácios, cachoeiras, construções belíssimas e muitos duendes felizes. Num tempo que não pude mensurar voltamos ao mesmo lugar. Sem dizer uma palavra, Paco desapareceu e eu voltei a ficar em frente à estátua do duende. Voltei ao encontro das garotas e continuamos a conversar. Até hoje espero uma nova visita do meu amigo Paco, que ainda está na minha casa na forma de uma miniatura, quem sabe ele não me explica estes seus dois novos amigos: o elefante e o gato chinês.